Olá!
Hoje nós iremos visitar Canterbury (também conhecida como Cantuária), uma cidade no condado de Kent (ou Câncio), na Inglaterra, que foi um centro de peregrinação na Idade Média.
Atualmente, ela é conhecida principalmente por sua catedral, que funciona como sede da Igreja da Inglaterra e da comunidade anglicana.
Apesar disso, a cidade tem mais a oferecer, sendo uma opção bem interessante para um passeio de um dia a partir de Londres.
Então, sem mais delongas, bora conhecer o que visitei por lá?
Ao chegar na cidade, na estação Canterbury West (Canterbury “Oeste”), segui até uma área de jardim conhecida como Westgate Gardens, que possui, inclusive, um pequeno trecho da antiga muralha que protegia a cidade (”City Wall”, nos mapas do Google).

Por ali, para aqueles que gostam de história, há também um pequeno museu, Westgate Towers Museum, que funciona na torre do antigo portão oeste da muralha. É possível, inclusive, visitar o topo, oferecendo uma vista interessante da cidade.
Por conta do tempo limitado, pulei o museu e segui para a principal atração da cidade: Canterbury Cathedral, cuja entrada custava 14 libras na data da visita.
A catedral da cidade é uma enorme construção, que pode ser vista de vários pontos da cidade. O prédio original foi fundado no ano de 597, mas a catedral foi totalmente reconstruída entre 1070 e 1077, além de ter sofrido sucessivas reformas e ampliações.
Aliás, vivi por ali uma daquelas tristes coincidências de viagens: tanto o Christchurch Gate (um portão de entrada) quando o interior do prédio estavam em reforma, o que limitou a visualização de algumas partes interessantes do templo.
Apesar disso, consegui conferir diversas seções importantes, incluindo a cripta de Thomas Becket (também conhecido como São Tomás da Cantuária), Arcebispo de Canterbury entre 1162 e 1170, quando este ainda era templo católico.
Sua morte ocorreu por golpes de espada proferidos por soldados leais ao então rei da Inglaterra, que haviam entendido que o monarca queria eliminá-lo. O fato causou enorme comoção à época, levando o rei Henrique II (que nunca teria encomendado o assassinato) a se submeter a uma penitência pública.
Seu túmulo original teria se tornado ponto de peregrinação, mas foi destruído na ocasião da Dissolução dos Monastérios, movimento comandado pelo rei Henrique VIII e que já citei algumas vezes aqui no blog.
Bem ao lado do portão de entrada que já citei, fica a lojinha do templo, com souvenirs de diversos tipos, além dos já esperados artigos religiosos.
Dica: compre logo seus souvenirs, pois deixei para mais tarde e fiquei sem meu cartão-postal, já que as lojas fecham cedo! 😂
Logo por ali nas redondezas (como quase tudo da cidade), fui visitar The Beaney House of Art & Knowledge (entrada gratuita), um espaço que abriga museu, galeria de arte e biblioteca.

O prédio foi aberto ao público em 1899, já abrigando uma versão do atual museu desde então.
Por lá, há exibições temporárias, além de um acervo que engloba pinturas, itens de decoração, animais empalhados e muitos outros tipos de objetos.
Saindo dali, dei mais uma volta pela cidade, comi alguma coisinha e segui minhas andanças, passando pela The Crooked House (”A Casa Torta”), uma casinha cujo primeiro andar dá a entender que a construção está sob risco de desmoronar a qualquer momento, mas é conhecido que ela está neste “estado” já há alguns séculos. Por via das dúvidas, atualmente há uma estrutura metálica ajudando a casinha nesta difícil tarefa.

Foi construída no século XVII e alguns dizem que foi ela a inspirar Charles Dickens em uma de seus textos, quando disse (tradução livre):
”… Uma casa bem antiga na rua… se curvando para frente, tentando ver quem está passando na estreita calçada logo abaixo.” — (DICKENS, Charles; 1849)
Quando chequei o lugar, ela parecia estar fechada. Pelo que andei pesquisando, há uma alta rotatividade de estabelecimentos naquela construção nos últimos anos. A sua fachada, porém, é o ponto principal e não desaponta.
Saindo do centro da cidade, subi uma ladeira leve até a St Martin’s Church (Igreja de São Martinho), templo de pedra construído para ser uma capela privada da rainha Bertha de Kent. Em 597, Santo Agostinho da Cantuária chegou à cidade e transformou este templo na sede de sua missão por ali.
No mesmo ano, como mencionado anteriormente, a catedral foi fundada, mas a igreja de São Martinho continuou sendo de grande importância, inclusive histórica. Atualmente, e desde 1988, é Patrimônio Mundial da Unesco em conjunto com a Catedral de Canterbury e a Abadia de Santo Agostinho (St. Augustine’s Abbey).
St Martin’s Church é considerada a mais antiga igreja na Grã-Bretanha ainda usada como tal.
Por conta da pandemia de covid-19, acabei não podendo conferir seu interior, mas seu exterior e seus arredores (ela fica em um cemitério antigo) são muito interessantes.
Saindo dali, fui até uma área vizinha à St. Augustine’s Abbey (já mencionada pouco acima), mas conferi apenas seu grande portão nos arredores de Lady Wootton’s Green, uma pequena área de praça com estátuas da rainha Bertha e seu marido, rei Æthelbert.
Para quem curte história e tiver mais tempo disponível, vale a pena conhecer também a área interna daquele terreno, com as ruínas da abadia e suas estruturas auxiliares. A entrada, em outubro de 2021, era de 8,70 libras (sem considerar taxas de agendamento do site).
Saindo desta região, fui conferir os arredores das ruínas do Castelo de Canterbury, que estavam fechadas para visitação por conta de risco e desabamento de partes da construção.
Ali perto, no Dane John Gardens (um pequeno parque), subi até o The Simmons Memorial, monumento no alto de um pequeno morro. Dali, se tem uma vista parcial da cidade, mas ainda assim interessante.
Logo ao lado, peguei a entrada para o topo de um trecho das muralhas da cidade (City Walls), o único cujo topo percebi ser possível visitar, e caminhei por toda a extensão, em um passeio de menos de 10 minutos.
Já cansado e procurando um local para comer antes de ir embora, pesquisei entre as opções melhor avaliadas da cidade e decidir entrar no Lady Luck Bar, um “bar de roque”, que parecia ser gerido exclusivamente por mulheres.
O lugar tem uma decoração meio underground e retrô que eu adorei conhecer.
Aproveitei e provei de uma torta de cogumelo e cerveja, muito saborosa, que acompanhei com uma cidra.
Aqui, vale alertar: Canterbury, apesar de relativamente pequena, oferece muitas opções de passeio.
Uma das principais dela, inclusive, é a própria arquitetura da cidade.
Passeie pelas ruas principais do centro histórico, como St Peter’s Street e High Street e confira muitos prédios interessantes, como o Eastbridge Hospital of St Thomas the Martyr, fundado no século XII para receber peregrinos pobres em necessidade, principalmente problemas de saúde. Por conta da pandemia, ele estava fechado.
Outros dois lugares que tentei visitar foram Franciscan Gardens (ou Greyfriar Gardens, um jardim) e Greyfriars Chapel, mas a capela estava fechada e não sei se consegui visitar a área correta dos jardins, pois uma área verde nas redondezas (que talvez seja o próprio jardim) tinha a presença de pessoas em atividade suspeita. Na dúvida, e para a minha segurança, preferi sair dali.
Por último, um passeio que não fiz foi o tour de barco, com trecho narrado por alguns pontos importantes da cidade. No Google, procure por “Canterbury Historic River Tours Visitor Attraction”.
Como chegar à Canterbury
Há trens a partir das estações London Victoria e London St. Pancras International, que passam por uma das duas estações de Canterbury (Canterbury West e Canterbury East).
As viagens podem durar de quase 1 hora a pouco mais de 2, então é bom verificar com calma antes de adquirir o bilhete.
Mapa do tesouro
Até a próxima! :)
Imagem de destaque: